quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Soneto do teu corpo


Duas músiquinhas boas...a primeira da Mart'nália e a outra da Vanessa da Mata...

Namastê...

Soneto do Teu Corpo
Mart'nália
Composição: Leoni/Moska

Eu juro, eu juro
Eu juro, eu juro

Juro beijar teu corpo sem descanso
Como quem sai sem rumo pra viagem
Vou te cruzar sem mapa, nem bagagem
Quero inventar a estrada enquanto avanço

Beijo teus pés
Me perco entre os teus dedos
Luzes ao norte
Pernas são estradas
Onde meus lábios correm a madrugada
Pra de manhã chegar aos teus segredos
Vivo em teus bosques
Bebo em teus rios
Entre teus montes
Vales escondidos
Eu faço fogueira, choro, canto e danço

Línguas de lua
Varrem tua nuca
Línguas de sol
Percorrem tuas ruas

Eu juro beijar teu corpo
Eu juro beijar teu corpo
Eu juro beijar teu corpo
Sem descanso



Amado
Vanessa Da Mata

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

domingo, 17 de agosto de 2008

O primeiro encontro


Pois hoje estou pensando nos encontros... afinal, relembrar é viver...rsss...


E como diria Pablo Neruda: " E aquela vez foi como nunca e sempre: vamos ali onde não espera nada e achamos tudo o que está esperando".

Acredito que nesta vida tudo acontece em sua hora, o mundo gira, gira, e as coisas acontecem bem no momento certo... na sua hora certa...

Que tenhamos todos nossos encontros na vida...e que sejamos felizes com cada um deles...


O texto a seguir é do livro Tempo de Delicadeza...
Namastê...

O PRIMEIRO ENCONTRO
Affonso Romano de Sant'Anna

Iam se encontrar como se fossem a um campo de tulipas.
Iam se encontrar como o equilibrista em cima de um fio, longe do chão, sem rede de amparo.
iam se encontrar como um navegante, um desbravador, chegando a um continente desconhecido e desejado.
Então, já que iam se encontrar começaram a se preparar como só se preparam as ondas quando à areia vão chegar. Puseram-se a pré-sentir o momento do encontro, intensificando os sinais trocados como o piloto emite sinais de aproximação atento ao radar.
Este não era um encontro qualquer, senão o primeiro. E o primeiro encontro, eu lhes digo, exige arte maior. Por isto, sendo adultos, pareciam ter dezesseis anos, ou qualquer idade em que o primeiro encontro se dá.
Imaginem um ansioso casal de namorados que a cada ponto da estrada, a cada quilometro que cada um avançasse na direção um do outro, parasse para telefonar, mandar telegrama, ou qualquer tipo de aceno eletronico ou primitivo, acenos ou sinais que indicassem veja, avancei tantos metros-e-quilômetros, estou mais próximo, em breve vou te tocar.
Sabe aqueles casais que quando se separam ao viajar largam pelas gavetas do outro, em meio às roupas do outro, nos seus cadernos e agendas uma porção de recados amorosos, para que a parte que ficou povoe de ternas lembranças a ausência deixada?
Pois os que vão ao primeiro encontro também querem pavimentar o caminho do encontrar. E nisto às vezes aplicam tal esmero, que até parece que estão mais interessados no pré-encontro que no encontrar.
Eles têm algo secreto que ninguém vai detectar. Na verdade, se parecem a essas galáxias que avançam a trezentos mil quilometros por segundo ao nosso encontro, e nem por isto são notadas pelos simples mortais.
Eles dialogam com o invisível e com o imponderável. Com a alma silvestre, colhem flores inexistentes no asfalto e veêm ternura na rispidez dos edifícios.
Não pisam o chão dos demais. Na verdade, caminhavam já noutra dimensão.
A carga do primeiro encontro, eu lhes digo, às vezes é quase insuportável. Só quem tem asas de anjo pode transportá-la.
Aqueles que estão indo para o primeiro encontro tomam tenso e milimétrico cuidado. Continuam colhendo tulipas, estudando a carta de marear e equilibrando-se no abismo. Mas sabem que o primeiro descuido pode desvia-los do que seria a colheita das primícias.
O desejavel é que o primeiro encontro fluísse com a naturalidade que só tem aqueles que já se encontraram cem vezes. Mas para se encontrarem cem vezes, eles sabem, é necessário transpor, construir esse primeiro e incontornável encontro.
O poeta dizia que a vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros. Pois há também a sutil arte do primeiro encontro. E o primeiro encontro é tão complexo e interminável, que devemos admitir que ele pode se dar do décimo quinto encontroou trinta anos depois. Podem , estranhamente, os desencontros anteriores terem sido o esboço do autêntico encontro, que quando ocorre é ineludível.
O ideal é que todo encontro fosse o primeiro encontro. E que se parecesse àquela coisa dos andróginos, aquelas duas partes de um ser que andaram se buscando exiladas por aí, até que um dia se abraçaram, se fundiram para nunca mais.
Quando uma pessoa parte para o primeiro encontro em vão vai se indagando: "Que presente te dar?". Todos os presentes parecem precários, fugazes, imcompletos. Porque é imensurável o que cada um quer receber e o quanto se quer dar.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Simplesmente Mário...


Velho Sábio Mário...
Paz e luz...

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

Mario Quintana

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Carroça vazia

Hoje recebi este texto, mas não sei de quem é a autoria... já é bem antigo e conhecido de todos... trouxe para relembrarmos...
Acredito exatamente nisto, e tento levar minha vida assim tb... lembrei tb de um ensinamento budista, que diz que havia uma garrafa de saquê, e que certa vez um sábio disse que se a garrafa fizesse barulho, era pq não estava completa... Parece tão simples e óbvio não é mesmo?? Se faz barulho é pq não tá completa... mas isto tb vale para nós seres humanos... o certo é levarmos nossa vida sem fazer barulho, vivendo feliz, respeitando as coisas do mundo, o certo é passarmos desapercebidos para sermos lembrados apenas como seres de paz, seres de quem só se consegue ter boas lembranças...
Vivo nesta luta por silencio em mim... e desejo que todos tb consigam viver sem fazer barulho...
Namastê...



Lição - Carroça vazia
Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele sentou numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, é uma carroça vazia ... - Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...